Médica Neuza Jordão lembrou importância de conscientizar população sobre os malefícios da bebida no Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo

O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo é nesta quinta-feira, 18 de fevereiro. Para marcar a data, a coordenadora da CMPD (Coordenadoria Municipal de Prevenção às Drogas), a médica Neuza Jordão, destacou a importância de conscientizar a população sobre os malefícios da bebida alcoólica e fez o alerta de que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) estimulou o consumo de álcool.

“Percebemos que a pandemia trouxe alguns novos hábitos para as pessoas e o consumo de bebida alcoólica aumentou. Às vezes, a pessoa faz uso da bebida para fugir de um problema, seja uma depressão, uma crise de ansiedade, estresse; que pode culminar até em suicídio”, disse, citando uma pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que apontou que no Brasil, 42% dos entrevistados relataram alto consumo de álcool durante a pandemia de Covid-19; com maior prevalência entre os jovens.

Para a médica, o alcoolismo é um grave problema porque não é só o dependente que sofre, mas toda a sociedade. “É o caso, por exemplo, de pessoas que causam acidentes pelo uso excessivo de álcool. É um problema multifatorial”, explicou.

A coordenadora do CMPD disse que as mais afetadas emocionalmente durante a pandemia, que causou o isolamento social, foram as mulheres e isso contribuiu para o aumento da dependência alcoólica. “Sabe-se que até pela composição corporal (taxa de gordura no corpo), as mulheres estão mais sujeitas à dependência. E há casos até de grávidas que fizeram uso de álcool e isso é perigosíssimo para a criança, porque pode provocar a Síndrome do Alcoolismo Fetal, que causa danos cerebrais e problemas de crescimento irreversíveis”, alertou.

Porta de entrada para outras drogas

Segundo a médica, o assunto é preocupante porque o álcool é porta de entrada para outros tipos de drogas.
“O álcool por ser legalizado ele é de mais fácil acesso que outras drogas, por isso é a porta de entrada. O álcool é um depressor do sistema nervoso central, ou seja, deprime o funcionamento do cérebro, fazendo com que a pessoa fique mais “desinteressada” pelas coisas, fazendo perder o senso crítico das coisas; torna-a mais vulnerável a experimentar outras drogas”, apontou.

Apoio e atendimento em saúde

Além dos problemas de saúde, com doenças e mortes, o abuso de bebida alcoólica está atrelado também a transtornos sociais. Por isso, a Prefeitura Municipal de Volta Redonda através do CMPD oferece atendimento em saúde, com acompanhamento psicológico e social.

“Estamos formando junto à Secretaria de Saúde, Smac (Secretaria de Ação Comunitária), uma grande rede de cuidado para atender essas pessoas em situação de vulnerabilidade. Quem quiser buscar atendimento ou ajuda para alguém que sofra com a dependência estamos de portas abertas. A Coordenadoria costuma ser o primeiro passo para quem quer largar o vício, pois temos parcerias com grupos de apoio como o AA (Alcoólicos Anônimos) e também com a equipe da Saúde Mental do Município. O objetivo é oferecer tratamento adequado para essas pessoas, seja no aspecto físico, psicológico ou social”, finalizou.

A Coordenadoria Municipal de Prevenção às Drogas fica na Rua 16, Nº 101, na Vila Santa Cecília. O telefone de contato é o 3339-9121.

Foto: Geraldo Gonçalves/PMVR 

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