Projeto de incentivo à leitura visitou 30 locais, entre escolas municipais, unidades do Cras, praças, asilos e eventos; livros são doados ou trocados com o objetivo de formar novos leitores
“A leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar”. A frase do escritor português José Saramago expressa o intuito do projeto itinerante “Biblioteca Sobre Rodas”, da Prefeitura de Volta Redonda. Por meio da doação e troca de livros, sete mil pessoas foram impactadas pela iniciativa de incentivo à leitura, que também prevê atividades culturais como contação de história e teatro.
De abril a outubro deste ano, a van que abriga o projeto percorreu 30 locais entre escolas municipais, unidades do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), praças e eventos. Com a missão de levar o conhecimento através do acervo literário, a “Biblioteca Sobre Rodas” também visitou o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase).
Idealizado e dirigido pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC), o projeto conta com acervo de mil títulos para crianças, jovens e adultos, com destaque para autores nacionais.
“A democratização da leitura, assim como da cultura, é fundamental na formação de novos leitores. A ‘Biblioteca Sobre Rodas’ prioriza os bairros que não contam com uma biblioteca pública, e entrega gratuitamente livros a pessoas de todas as idades. O projeto foi muito bem aceito pela população, inclusive conseguimos diversas doações de livros que estavam estagnados na estante dos moradores. Com essa troca, estamos impactamos o cenário literário do município”, citou o secretário municipal de Cultura, Anderson de Souza.
Bibliotecas municipais
Além da “Biblioteca Sobre Rodas”, Volta Redonda possui três bibliotecas públicas municipais: Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília; uma unidade na Estação Cidadania, no bairro Vila Rica/Tiradentes – com acervo de literatura brasileira e estrangeira, adulta e infantil –; e a Biblioteca Sérgio Alves Zacarias, no Memorial Zumbi dos Palmares, totalmente dedicada à cultura afro-brasileira.
“Somos uma das poucas cidades da região que possui uma biblioteca voltada ao público negro, com obras de autores renomados como Conceição Evaristo, que é uma das autoras mais renomadas da literatura afro-brasileira, bem como Elisa Lucinda, Emicida e Júlio Emílio Braz, entre outros autores que se destacam por sua forte influência neste tipo de literatura”, comentou o secretário Anderson de Souza.
Segundo a bibliotecária Alessandra Campbell de Oliveira, de janeiro de 2021 até o último dia 14, a Biblioteca Raul de Leoni – uma das mais conhecidas – registrou 1.230 novos cadastros de leitores, sendo que no mesmo período 7.080 livros foram emprestados.
“A Biblioteca Municipal Raul de Leoni atrai 60 visitantes diariamente; também recebemos escolas, grupos e instituições. Nos últimos quatro anos, 26.039 pessoas passaram por aqui. O acervo da biblioteca é composto por mais de 16 mil obras, catalogadas e digitalizadas, dos mais variados assuntos. Possuímos um grande número de livros didáticos, que são muito utilizados por leitores que estão estudando para concursos, por exemplo. Mas o público mais forte da biblioteca é daqueles que procuram por literatura adulta ou infantojuvenil”, destacou a bibliotecária.
Foto de arquivo – Secom/PMVR.