Por Djalma Augusto dos Santos
A História de Volta Redonda foi forjada não só na aciaria, mas também fora da Companhia Siderúrgica Nacional através dos seus símbolos arquitetônicos que fomentam a cultura na Cidade do Aço. Nascida através de um acordo entre os presidentes Franklin D. Roosevelt e Getúlio Vargas em um encontro em Natal, - capital do Rio Grande do Norte, - Vargas forneceu uma base para as tropas estadunidenses para combaterem os nazi-fascistas na África Saariana e o Brasil teve a sua usina. Antes da emancipação de Volta Redonda enquanto território barra-mansense, a História de Volta Redonda era a História de Barra Mansa, território com uma cultura agrícola e simbolizada com a chaminé que encontra-se entre o bairro Aterrado e Nossa Senhora das Graças e datado em 1903.
Naquele momento Volta Redonda produzia aguardente com o engenho e de vital importância para a economia de Barra Mansa após a Abolição da Escravatura em 1888. Em 1885 a Princesa Isabel e o Conde D'Eu estiveram na inauguração da segunda estação de trem de Barra Mansa e a primeira em Volta Redonda, tendo a ilustre presença do historiador Capistrano de Abreu. Hoje não temos mais a estação de Volta Redonda, mas temos o marco zero da cidade que é a chaminé e tombada como patrimônio histórico do município.
Após a chegada dos arigós¹, imigrantes que vieram das Minas Gerais, São Paulo, Nordeste e do interior fluminense, a cidade de Volta Redonda foi sendo moldada esteticamente em um padrão norte-americano e observado pelo então derrotado em 1960 durante a corrida pela Casa Branca Richard Nixon ao comparar a Cidade do Aço com Pittisburgh, cidade também industrial.
O modelo estético de Volta Redonda ganhava ares do Modernismo Arquitetônico, sob forte influência de Oscar Niemeyer. A Vila Santa Cecília se tornou um corredor modernista do arquiteto Attilio Corrêa Lima com o Cine 9 de Abril em 1985, o Banco do Brasil projetado por Oscar Niemeyer, a Praça Brasil com a imagem da figura histórica mais importante de Volta Redonda Getúlio Vargas, o obelisco que simboliza uma importante vitória desde os tempos do Egito Antigo e popularizado na Roma Antiga, diante de duas matronas que materializavam a ideia de uma usina acolhedora, materna e que pariu a cidade. Na mesma praça, temos a estátua de um operário na aciaria, o típico peão da CSN que ajudou a construir a imagem da CSN diante do capitalismo moderno. O Posto de Puericultura com os seus tijolos ingleses, tombado em 1992 é um marco na saúde pública do município. Desde a criação das leis de incentivo ao tombamento dos bens naturais, materiais e imateriais com o Secretário de Cultura Gustavo Capanema com a criação do SPHAN- Serviço de Patrimônio Histórico Artístico Nacional atual IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, além do Inepac.
Turismo e História Cultural de Volta Redonda
Ao longo dos anos, Volta Redonda tem sido citada como cidade para o turismo empresarial por causa da Companhia Siderúrgica Nacional e empresas de pequeno porte no município, porém a cidade tem atrativos culturais que podem impulsionar a economia criativa como a visitação guiada para os bens tombados e não tombados. Os visitantes do Estado do Rio de Janeiro podem se beneficiarem do programa implementado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro o Turismo Consciente fomentando as cidades fluminenses. O legado cultural de Volta Redonda pode ser um atrativo para os moradores do município de todas as idades, turistas de todo o Estado pós Covid-19. O turismo cultural e patrimonial pode perfeitamente serem encarados como educação patrimonial teórico e prático nas escolas e inseridos como conteúdo programático. Para os Ensinos Fundamental II e Ensino Médio na rede pública, a História dos Patrimônios Materiais ensinado pelos Professores de História com Antropologia, Conjuntos Arquitetônicos e suas características e Arqueologia no Brasil e em Volta Redonda; Professores de Geografia sobre o os bens naturais tombados e não tombados no Brasil e o Rio Paraíba e Sociologia sobre preservação de bens para a sociedade lembrar das suas origens.
Referências bibliográficas:
COSTA, Flávia Roberta. Turismo e patrimônio cultural: interpretação e qualificação. Ed. Senac, São Paulo, SP. 2009;
CURY, Maria Zida Ferreira. Horizontes Modernistas. Ed. Autêntica. Belo Horizonte, MG. 1998