Atividade realizada pela secretaria municipal de Cultura reúne grupo de mulheres na Biblioteca Municipal, na Vila Santa Cecília

 

A secretaria de Cultura de Volta Redonda promoveu o Bate Papo Cultural com duas rodas de conversas especiais em comemoração ao Mês das Mulheres. O evento ocorreu na noite da quinta-feira, dia 28, na Biblioteca Municipal Raul de Leoni, Vila Santa Cecília, onde as mulheres foram protagonistas com os temas, Mulheres na Produção e Mulheres na História de Volta Redonda.  Cerca de 30 pessoas participaram.

 

Durante o papo, cada uma das presentes resumiu a própria história de vida e profissional. A secretária de Cultura, Aline Ribeiro, comentou o encontro. “Iniciativas como essa são importantes para destacar e valorizar o trabalho, a história e a produção cultural feminina. O encontro foi tão produtivo que os participantes viram a necessidade de mais ações como essa pela secretaria de Cultura para que mais mulheres participem do debate cultural”, comparou.

 

O prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, também destacou as atividades culturais tendo as mulheres como protagonistas da história. “Na maioria dos acontecimentos relevantes da nossa cidade e do país, sempre tiveram a participação feminina nessas histórias, ativamente na construção de um futuro melhor para todos. Infelizmente, a sociedade pouco reconheceu o papel histórico das mulheres, atribuindo as melhores conquistas unicamente aos homens. Precisamos resgatar a presença da mulher praticamente em todos os acontecimentos políticos e sociais importantes, atuando na linha de frente ou na mobilização”, comparou.   

 

A pesquisadora Isabel Nascentes, da UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biase), levantou dados históricos que não estão publicados nos livros, sobre a participação das mulheres na maior greve dos operários da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em 1988, seja apoiando o movimento dentro do Sindicato dos Metalúrgicos, nas barreiras feitas nas ruas, ou dentro das residências preparando alimentação para os maridos que atuaram na ocupação da Usina Siderúrgica, na época uma empresa estatal.

 

 “As mulheres, embora não reconhecidas pela mídia, foram protagonistas nessa história que não foi escrita. Houve tentativas de apagar as mulheres da verdadeira história”, contou ela.

 

A produtora Luisa Ritter, do coletivo de mulheres Nebulosas – nome inspirado na primeira jornalista profissional a atuar no Brasil, Narcisa Amália, que combateu a opressão da mulher e o regime escravagista. Ela criticou a violência que atinge a mulher, citando a união, a mobilização, maior aproximação das mulheres em oficinas, e o uso da tecnologia para acabar com essa situação de opressão contra a mulher.

 

Caroline Vieira da Silva informou sobre o projeto de Startup que uma equipe de mulheres vem desenvolvendo na cidade, dentro de um programa do governo do estado, que vai acionar as autoridades e criar uma cadeia de proteção quando acionado, se a mulher estiver em risco eminente de violência. A mestre Arara, Gláúcia Durões, 45, fez um relato dos desafios que teve que superar na profissão de capoeirista, alegando que neste esporte ainda existe um grande preconceito, violência e assédio sexual contra as mulheres. Ela fez um relato da sua história até a superação nos dias de hoje.

 

Mestre Arara aproveitou para convidar a todos para a 3ª edição do seminário ‘O machismo e suas relações de poder dentro da capoeira’. O evento acontecerá em 28 de abril, no Memorial Zumbi.

 

Texto de Afonso Gonçalves, fotos de Geraldo Gonçalves, SecomVR
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