Memorial Zumbi dos Palmares recebe Exposição Martin Luther King, Legado e inspiração
Aberta na noite de segunda-feira, 5, em parceria com o Consulado Norte-Americano, evento está aberto a visitação pública até 4 de dezembro
A Exposição Martin Luther King, Legado e Inspiração, que conta a luta do líder norte-americano pelos direitos civis da população negra, está aberta para a visitação pública no Memorial Zumbi dos Palmares, Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, até 4 de dezembro. O acervo pertence ao Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro e foi cedido numa parceria à prefeitura de Volta Redonda. O horário de visitação é das 14h às 20h até 4 de dezembro. Entrada franca.
A secretária municipal de Cultura, Aline Ribeiro, fez a abertura oficial: “Esta exposição já passou por diversos centros culturais do estado do Rio. Hoje, 5 de novembro, estamos comemorando o Dia Nacional da Cultura, e dezembro completa 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este espaço é maravilhoso para receber estes trabalhos para lembrar que todos os dias temos que lutar pelos nossos direitos. A Cultura é fundamental, é prioridade porque ela é a base do diálogo com os outros setores para construir uma sociedade mais justa”, disse.
Ela acrescentou que a Missão Diplomática dos EUA no Rio de Janeiro idealizou esta exposição, não só para apresentar a história de um dos maiores líderes dos Direitos Civis mundiais, Martin Luther King Jr., mas também para inspirar jovens líderes a buscarem seus sonhos e lutar principalmente por seus direitos culturais, destacou Aline.
Segundo o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, essas exposições são excelentes formas de incentivo a cultura. “Apoiar essas ações culturais é uma ótima oportunidade para disponibilizar acesso a cultura para toda a população, mas também é uma forma de incentivar e reconhecer as criações artísticas do país”, afirmou Samuca.
O coordenador do Memorial Zumbi, Sid Soares, informou que a exposição estava na Biblioteca Parque Estadual no Rio pelo Consulado. “Ele, Martin Luther King foi um grande defensor pelos Direitos Humanos, com o seu discurso da não violência influenciou muitas pessoas a seguir por este caminho. São 15 painéis e 15 posters que mostram essa luta, que lhe deu o Nobel da Paz em dezembro de 1964”, comentou.
Marcione Oliveira, do Conselho Municipal de Cultura apoiou o evento: “Estou feliz de ver os trabalhos porque ele, Martin, foi um marco nesta luta mundial, e principalmente agora, que são tempos de intolerância. A exposição nos lembra o que já passou, onde chegou e a gente não quer retornar a tempos sombrios. É muito importante para a história humana”, frisou.
Os painéis destacam também a enfermeira Rosa Parks (1913-2005), que entrou no ônibus em Montgomery, estado de Alabama, sentou-se no local reservado a brancos e não quis sair. Ela foi detida pela policia local e multada, fichada como criminosa. A sua ação serviu de exemplos para diversos movimentos e passeatas pacíficas, de protestos contra a discriminação racial, puxada pelo pastor Martin Luther King nos estados do sul do país, até conseguir que a Suprema Corte norte-americana acabar com a segregação nos transportes coletivos, 382 dias depois de iniciado os protestos.
Durante a abertura, a poetisa Jéssica Regina, 27 anos, que concorreu na categoria Literatura este ano com o poema DNA, premiação feita pelo Memorial em junho deste ano, fez a leitura deste e mais dois poemas da sua autoria, Miséria Show e Prece à Mãe, que reforça a luta contra a desigualdade na sociedade brasileira e visa a valorização do negro e sua cultura. O presidente do Conselho Municipal de Cultura, Carlos Eduardo Giglio, elogiou: “Em nome do Conselho, dou parabéns pela exposição que eu já tinha visto no Rio e me emocionei bastante”, disse.
A estudante de Psicologia da UFF (Universidade Federal Fluminense), Cassia Costa, 26 anos, também elogiou a exposição: “Bacana, é um evento cultural importante para a gente saber e conhecer a nossa luta, a nossa história”, comparou.
Afonso Gonçalves Fotos de Geraldo Gonçalves