Evento é gratuito e terá atrações como brake dance, DJs, grafiteiros, afro expositores, pocket shows e feira de vinil, entre outras
A cultura que vive na periferia vai ocupar o coração de Volta Redonda neste fim de semana. Com apoio da Lei Paulo Gustavo e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), a primeira edição do “Vitrolando in Festa” acontece neste sábado (11) e domingo (12), a partir do meio-dia e com entrada gratuita, no Memorial Zumbi, na Vila Santa Cecília. Organizado por A Cura Produções, o evento terá brake dance, DJs, grafiteiros, afro expositores, pocket shows, batalha e feira de vinil, com nomes de destaque da cultura preta no Sul Fluminense.
Para quem está na curiosidade do rolê, dá para adiantar que o “Vitrolando in Festa” terá pocket shows de Dragão Crioulo no sábado e Natache no domingo. As apresentações dos dois artistas terão intérpretes de Libras (Língua Brasileiras de Sinais), num esforço de proporcionar a inclusão das pessoas com deficiência (PCDs) no universo do rap.
Entre os grafiteiros convidados estão Duda (Eduarda Aquino), JR, Noise e Jeff, que organiza o Mutirão de Graffiti nas comunidades; a turma da brak dance será representada por Adriel, Markin, Lil Jason e João Pedro, do Mantiqueira Hop Crew. E também vai rolar a Batalha de Rimas com os ganhadores de todas as Batalhas da região, indo de Itatiaia até Vassouras – e com premiação em dinheiro para quem mandar melhor na rima. Vale lembrar que a competição também vai contar, assim como os pocket shows, com intérpretes de Libras.
O evento também terá uma atração surpresa que, por ser surpresa, está guardada a sete chaves, e as vitrolas estarão sob a responsabilidade dos DJs Josafá e Claudinho do Vinil.
Vai ter baile, vai ter vinil
Responsável pelo “Vitrolando”, que acontece desde 2016, o produtor Zulu Max Muffin conta que a ideia era realizar o evento em 2018 em parceria com Tainara Goulart (falecida durante a pandemia), com essa proposta de agregar outros elementos da cultura hip-hop. Apesar de ter chegado a garantir a presença de um dos maiores nomes do hip-hop, o norte-americano Afrika Bambaataa, aproveitando que Max é membro da Universal Zulu Nation, organização que é presidida pelo artista e ativista nova-iorquino e presidente.
O evento acabou não rolando, mas o produtor não desistiu. Ele inscreveu o projeto na Lei Paulo Gustavo, e, com a proposta aprovada, chegou a hora de reunir a cultura preta da região no Memorial Zumbi.
“O ‘Vitrolando in Festa’ vai ser uma celebração, com resgate da cultura do vinil, do DJ que toca com o disco de vinil, que é bem rico de detalhe, de trabalho, de técnica, será muito legal resgatar e os jovens terem esse acesso à memória, à lembrança. Vinil é cultura, é arte, tem toda uma riqueza nas artes, das capas, né, no jeito do vinil, no estilo”, diz ele, acrescentando que a cultura dos bailes também vai marcar presença.
“Teremos a sonorização da Charme Hits, que é uma equipe de som aqui da cidade. Vai paredão de caixas de som”, adianta. “E vai ter a feira de vinil, para ajudar a fazer girar esse mercado. É isso que vai ser o ‘Vitrolando in Festa’: uma celebração com os amigos que têm um carinho pela cultura hip-hop. Será uma festa coletiva, que tem muita gente ajudando, apoiando, inclusive a Prefeitura de Volta Redonda.”
Dando voz a todas as culturas
O secretário municipal de Cultura, Anderson de Souza, diz ser muito gratificante ver os projetos aprovados pela Lei Paulo Gustavo em Volta Redonda tornando-se realidade.
“O ‘Vitrolando’ foi contemplado pelo edital Projetos Livres, que tem foco na cultura afro e hip-hop. O Max é um proponente que pela primeira vez recebe o recurso de uma lei de fomento, e para a gente é muito bom poder apoiar eventos que tenham essa característica de dialogar com a cultura afro, com a cultura popular, com o hip-hop, com o graffiti, que é uma linguagem que a gente vem apoiando muito ao longo desses anos, dando voz pra cultura popular e para a arte urbana. Esse projeto vem somar dentro da nossa política cultural, que é dar voz e vez para o povo preto, para o povo que curte as atividades da cultura hip-hop.”
Foto de Cris Oliveira
Secom/PMVR