Desde que foi criado o serviço já atendeu 1747; atualmente o SAD acompanha uma média de 150 pacientes por mês.
O professor aposentado Ivaldo André Furtado, 61 anos, morador do bairro Limoeiro, está casado há 42 anos com a dona Elizabeth. Ele, natural de Volta Redonda e ela de São Paulo, se conheceram na igreja. Desde que dona Elizabeth teve um derrame e depois foi diagnosticada com Alzheimer quem cuida dela é o marido.
“Ela não fala mais e só fica na cama. Preciso ajudar em tudo. Dou banho, troco a roupa, alimento, enfim, faço tudo por ela. Através do SAD recebo toda a orientação que preciso para dar o melhor para minha esposa. É um atendimento completo e que deixa os familiares tranquilos. Recebemos a visita de médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, técnicos para ajudar nos curativos, sem ter que tirar ela de casa. Não tenho como agradecer tudo que recebo deles. Sem a ajuda dessa equipe hoje ela não estaria mais aqui comigo”, disse o aposentado.
O senhor Ivaldo está se referindo ao Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), do Ministério da Saúde, implantado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que assiste pacientes acamados a domicílio, dando aos enfermos e familiares todo atendimento e acompanhamento médico profissional necessário. Desde que foi criado o serviço já atendeu 1747. Atualmente o SAD acompanha uma média de 150 pacientes por mês.
O atendimento pelo SAD possibilita, em muitos casos, diminuir o tempo de internação em leitos hospitalares e melhorar o conforto do paciente e da família durante o tratamento. O principal público atendido são pacientes com necessidades de reabilitação e que necessitem de maior frequência de cuidado, acompanhamento contínuo, além dos pacientes crônicos ou em pós-cirurgia. Os encaminhamentos ao serviço são feitos pelas Unidades Básicas de Saúde, hospitais, e UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas).
De acordo com a psicóloga e coordenadora do SAD, Marta Lúcia Pereira, em Volta Redonda o SAD conta com duas Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) - compostas por um médico, um enfermeiro, um fisioterapeuta e três técnicos de enfermagem - e uma Equipe Multiprofissional de Apoio (EMAP), composta por psicóloga, nutricionista e fonoaudióloga. “O trabalho da equipe de saúde é feito com a ajuda dos familiares, que recebem todas as orientações necessárias. É um tratamento mais humanizado e que mostra excelentes resultados. A gente cuida também da família. Ficamos a disposição 24 horas e todas elas têm o número do nosso telefone”, disse a coordenadora.
O prefeito Samuca Silva destaca que, além da redução de custos para a rede de saúde pública e da qualificação do atendimento oferecido, outro importante benefício garantido pelo SAD é a humanização do cuidado com o paciente. “Cada um desses pacientes é acompanhado na segurança do seu domicílio, próximo à família, com vínculo aos profissionais e acesso à saúde de qualidade”, disse o prefeito.
O secretário municipal de Saúde, Alfredo Peixoto, explica que o paciente do Sad é intermediário. “Ele não tem necessidade de ficar hospitalizado e tem uma demanda mais constante que a unidade básica não poderia suprir com a periodicidade necessária. O serviço admite esse paciente como se ele tivesse internado e acompanhamos a demanda desse paciente”, disse o secretário.
Nas visitas a equipe realiza uma avaliação completa do paciente, com orientações de enfermagem, nutrição e exercícios de fisioterapia, por exemplo. O atendimento do SAD é realizado de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h, e as visitas são realizadas semanalmente ou quinzenalmente, de acordo com o quadro clinico do paciente. Nos finais de semana e feriados, entre eles, as festividades de final de ano, familiares também recebem atendimento.
Nicéia Corrêa da Silva, 52 anos, há mais de 10 anos cuida do pai que tem câncer de próstata. Ela se sente acolhida com a visita das equipes. “Esse serviço é muito bom. Nos sentimos amparadas. Além das visitas periódicas, sempre que precisamos, é só ligar que eles vêm nos atender” disse Nicéia.
PREPARO DO CORPO - O SAD conta ainda com um procedimento denominado de Ritual de Passagem. Uma vez constatado o óbito, a equipe do SAD entra com o procedimento "Preparo do Corpo - Ritual de Passagem. O Ritual de Passagem envolve uma série de cuidados com o corpo, como, por exemplo, a colocação de prótese dentária, hidratação da pele, banhos, vestimentas, dentre outros cuidados, respeitando crenças, valores e costumes do paciente em vida. “Deixamos ele o mais próximo possível do que ele era antes do adoecimento. “Entendemos que ele estará com amigos e familiares para a despedida”, explica a coordenadora.