Profissionais da Saúde de Volta Redonda participam de seminário sobre sífilis
Atualização vai tratar prevenção, diagnóstico e tratamento por conta do aumento do número de casos da doença no mundo
Cerca de 250 enfermeiros e médicos da Rede Municipal de Saúde de Volta Redonda participaram na manhã desta quarta-feira, dia 24, do seminário “Sífilis no Ciclo da Vida do diagnostico ao Tratamento e Desafios para o Cuidado”. Um dos objetivos do evento, organizado pela Divisão de Área Técnica e Educação em Saúde da Secretaria de Saúde, por meio do Setor de Doenças Transmissíveis (SDT), é lembrar o Dia Nacional de Combate à Sífilis e a Sífilis Congênita, comemorado no terceiro sábado do mês de outubro.
A abertura do seminário ficou por conta da coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Volta Redonda, Milene Paula de Souza. “Passei para os profissionais o panorama de Volta Redonda em relação ao Estado do Rio e ao Brasil, quanto ao número de casos notificados. Além de identificar as áreas mais afetadas dentro do município”, explicou Milene.
O palestrante Gustavo Magalhães, médico infectologista da Câmara Técnica do Programa IST/AIDS/RJ (Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids do Rio de Janeiro), que também faz parte do SDT em Volta Redonda, tratou do aumento da incidência da doença no mundo. “O aumento do número de casos de sífilis e sífilis congênita com crescimento da taxa de mortalidade das crianças é notado em todo mundo. Nos Estados Unidos, Japão e Brasil, principalmente”, relatou.
O médico acredita que ações de educação, orientação e prevenção com o uso de preservativos e o acompanhamento pré-natal são primordiais para reverter esse cenário. “Além do diagnóstico precoce e o tratamento correto, que podem evitar a morte das crianças”, disse, alertando que a falta destes cuidados podem ter causado essa “explosão da sífilis”.
O enfermeiro André Luiz Baptista, gerente da Unidade Básica de Saúde da Família do Mariana Torres, aprovou a iniciativa. “É sempre bom estar atualizado sobre prevenção, diagnóstico e tratamento. Principalmente, quando há crescimento do número de casos”, afirmou André, ressaltando que os bairros da região onde atua concentram quase a metade dos casos de sífilis do município. “São pessoas que apresentam vulnerabilidade social, por isso, nosso trabalho de orientação deve ser intensificado”.
A médica pediatra Fernanda Carraro atua na UBSF do bairro São Geraldo desde julho de 2017 e no serviço público há cinco anos, mas relata que teve contato apenas com um caso de sífilis durante esse período. “Até por isso, a atualização se torna ainda mais importante. Temos que conhecer a fundo a doença, trabalhar em equipe, para identificar os casos e investir no tratamento. Tudo que não queremos é que a doença chegue ao pediatra”, afirmou.
O secretário de Saúde do município, Alfredo Peixoto, ressalta a importância desse tipo de capacitação que aborta orientação, prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. “Preparar os profissionais da Rede Pública de Saúde para lidar com a sífilis, uma doença grave que pode causar a morte de crianças, é uma obrigação e um compromisso da gestão municipal. Principalmente pelo aumento do número de casos, identificado em todo mundo”, afirmou Alfredo.
Para o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, investir na capacitação do funcionário para melhorar o atendimento à população é um compromisso. “E para os profissionais que atuam na área de saúde o treinamento constante é ainda mais importante. O objetivo é oferecer assistência médica de qualidade no serviço público”, disse Samuca.
Por Renata Borges com fotos de Gabriel Borges