Jovem de 15 anos sofria com escoliose estava na fila de espera de um hospital na capital; em três meses ela passou por intervenção no HSJB

 

Enfim um final feliz. Depois de aguardar por cerca de cinco anos na fila de espera de um hospital na capital por uma cirurgia para a correção da escoliose idiopática, a jovem Cinthia Vitória, de 15 anos, finalmente foi submetida a cirurgia. O procedimento aconteceu no último sábado (21), através do projeto “Coluna Reta”, programa da Prefeitura de Volta Redonda que promove a prevenção e o tratamento/correção da escoliose idiopática pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A cirurgia ocorreu no Hospital São João Batista (HSJB).
A mãe de Cinthia, a dona de casa Rosemara da Silva Lessa, acompanhou todo o processo da filha e destacou que em três meses, desde que iniciou as consultas no “Coluna Reta”, conseguiu ser operada.

“Ela sentia falta de ar, porque a coluna dela era torta e comprimia os pulmões. Fazíamos acompanhamento no Into, no Rio, mas estávamos na fila há cinco anos. Ela chegou a fazer uso do colete para correção postural, fez fisioterapia, mas nada adiantou. Soube do projeto da prefeitura por um sobrinho. Ao chegar lá, fomos muito bem atendidos e o médico avisou que era caso cirúrgico, pois a situação era preocupante. Foram três meses de exames, avaliações até ela ser operada neste sábado”, explicou Rosemara, dizendo que o grau de curvatura da coluna de Cinthia era de 70º graus.

Foram seis horas de cirurgia, onde a dona de casa disse que acompanhou com apreensão o procedimento e que a filha aguarda ansiosa o momento de receber alta, prevista para acontecer na próxima quarta-feira (25).

“Ela comentou que está sentindo um pouco de dores e com uma sensação diferente. Mas é normal, até porque antes ela estava torta e hoje a coluna está reta. Após a cirurgia, o sentimento é de alegria, uma sensação muito boa e estou muito grata à equipe e a todos os profissionais. Fomos muito bem atendidos”, afirmou.

Além de Cinthia, o adolescente Vitor Hugo Nicolau da Luz, de 16 anos, também foi operado neste fim de semana.

Programa pioneiro no Brasil

Desde a sua criação, em junho de 2021, o “Coluna Reta” é um programa pioneiro no Brasil e já realizou 16 procedimentos cirúrgicos, encaminhando mais de 50 crianças e adolescentes para a realização de sessões de fisioterapia. De acordo com o ortopedista especialista em coluna e responsável pelo “Coluna Reta”, Juliano Coelho, a indicação para a cirurgia é quando a curvatura da coluna do paciente possui acima de 45º graus.

“O projeto é um sucesso. Desde a sua criação, foram mais de 4 mil crianças e adolescentes, de 6 a 18 anos, que passaram por triagens. Com 16 sendo submetidas às cirurgias de correção e mais de 50 encaminhadas para fisioterapia. É importante ressaltar que o tempo para essas crianças é muito importante. Se houver uma demora maior que seis meses, o grau de curvatura pode piorar e provocar grandes transtornos, como limitação da mobilidade e comprometimento da autoestima”, ressaltou Coelho.

A escoliose idiopática não tem uma causa conhecida e atinge milhões de pessoas no Brasil e em todo mundo. A doença provoca o desvio lateral e rotacional da coluna vertebral que acontece no período do estirão do crescimento (9 aos 14 anos). Mais comum em meninas, ela acomete em torno de 4% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando em estágio avançado, causa deformidade estética, falta de ar, limitação para atividades laborais e diversos problemas psicológicos.

A partir deste ano, em uma parceria com o UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda, universitários do curso de Medicina farão os atendimentos do “Coluna Reta” nas escolas da rede municipal. O objetivo é prevenir e diagnosticar precocemente a escoliose idiopática.

Fotos: Divulgação/PMVR

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