Os mais de 15 mil procedimentos realizados na Ilha São João permitem aos pacientes voltar a realizar atividades cotidianas que se tornaram complicadas

 

Implantado no município em junho de 2021, o programa Revi-VER já ajudou a milhares de pessoas que sofriam de catarata, doença ocular que pode causar cegueira, mas que, atualmente, pode ser curada com uma cirurgia que dura poucos minutos e traz benefícios por muitos anos. Desde que teve início, a iniciativa já realizou mais de 15 mil procedimentos no centro cirúrgico oftalmológico móvel instalado na Ilha São João, onde ocorrem os mutirões, uma vez por mês, de cirurgias.

A terceira etapa do programa em 2024 aconteceu entre a terça-feira (5) e o sábado (9) da última semana, com a previsão de realizar mais de 600 cirurgias de catarata e fazer com que centenas de pessoas pudessem voltar a ver o mundo como antes. Entre elas estava Dircélia Faria dos Santos, 79 anos, que passou pelo procedimento em um dos olhos na última sexta-feira. Ela contou que há tempos sentia dores e coceiras, e que o tempo entre a descoberta da doença e a realização da cirurgia foi curto.

“Tinha dia que a minha vista estava pior, estava enxergando bem menos do que enxergava normalmente. Graças a Deus o tempo entre o diagnóstico e a cirurgia foi rápido, estou muito feliz. A cirurgia foi tranquilíssima, eu estava muito tranquila, e a equipe aqui foi atenciosa, o médico, estou encantada e muito agradecida.”

Quem estava prestes a passar pelo procedimento no mesmo dia – já com o avental, touca e proteção para os pés – era Adila Moreira de Oliveira, de 66 anos, que estava animada para recuperar a visão depois de todo o estresse que passava com os problemas causados pela catarata.

“Fiz a consulta (com um oftalmologista) e me encaminharam para a cirurgia. Sentia muita dor no fundo do olho, estava difícil de ver os preços das coisas no supermercado, só se eles estivessem muito grandes. Foi tudo muito rápido entre a consulta e a cirurgia, graças a Deus estou aqui para operar, porque é muito importante a gente enxergar, né?”

Visão recuperada

Ao mesmo tempo em que um grupo realiza as cirurgias, outras centenas de pessoas que já passaram pelo procedimento retornaram à Ilha São João para a revisão médica. Esse foi o caso de Cesar Teixeira, 74 anos, que teve o diagnóstico para catarata em dezembro. A cirurgia do olho esquerdo foi realizada em janeiro, enquanto que a do olho direito aconteceu em fevereiro – e agora, um mês depois, ele estava de volta para ver se estava tudo certo.

“A recuperação é um pouco dolorida, tem que ter muito cuidado, pingar o colírio todo dia, mas tenho sentido a melhora (na visão)”, diz ele, que elogia a iniciativa da prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Excelente, eu não esperava nem ser atendido agora, foi uma surpresa pra mim, mas foi muito bom, rápido e com muita atenção. E correu tudo bem.”

Passo a passo do programa

A enfermeira responsável pelo Revi-VER, Érika Souza Santos, explica que qualquer pessoa diagnosticada com catarata por um oftalmologista – seja da rede pública ou particular de saúde – pode fazer a cirurgia pelo Revi-VER. Para obter o pedido, quem foi atendido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) deve levar na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de casa para ser inserido no sistema de regularização municipal e, com isso, será chamado para o Revi-VER.

“Depois, é só aguardar a gente entrar em contato por telefone avisando quando o projeto será realizado. O paciente vem até aqui na Ilha São João, faz novos exames, passa pelo médico para fazer a biometria, verificar qual é o olho que vai ser operado primeiro e a medição para saber qual lente será usada. Feito isso, a pessoa sai com a data da cirurgia já agendada, geralmente para o próximo mês, com horário marcado para não ter que ficar esperando muito”, disse a enfermeira.

Érika acrescenta que o paciente deve vir com um acompanhante, pois é feita aplicação de colírio para dilatar a pupila, e a visão fica embaçada. “Tanto para a consulta quanto para a cirurgia, precisa ter acompanhante. As técnicas de enfermagem vão verificar a pressão, dilatar a pupila com o colírio, e, se estiver tudo ok com a pressão, nenhuma outra comorbidade, o paciente está apto para fazer a cirurgia. E ela é super rápida; demora, em média, de cinco a dez minutos. Assim que desce da cirurgia, a prefeitura fornece o colírio para todo paciente, que deve retornar para a revisão no dia seguinte.”

A enfermeira comentou, ainda, sobre o impacto que a cirurgia de catarata tem na vida dos atendidos pelo programa. “Eles vêm bem ansiosos, né, com uma expectativa bem grande, porque a catarata dificulta muito a visão. Às vezes eles demoram muito a procurar o atendimento médico e chegam aqui quase cegos. E quando é realizada a cirurgia, muitos ficam emocionados. Volta a qualidade de vida, a independência deles. É muito bonito de ver, é gratificante observar essa mudança na vida deles após a cirurgia de catarata.”

Para o prefeito Antonio Francisco Neto, os números de cirurgias já realizadas pelo Revi-VER são fruto do compromisso do governo municipal em reconstruir a saúde de Volta Redonda. “O programa é um sucesso. Já foram mais de 15 mil cirurgias em menos de dois anos, milhares de pessoas que tinham dificuldades de visão e que agora podem enxergar melhor, realizar tarefas, atividades que antes eram muito difíceis. A população pode ter certeza que faremos de tudo para que Volta Redonda seja a cidade ideal para todos viverem, com saúde, educação, segurança e cidadania”, declarou.

Fotos de Cris Oliveira.
Secom/PMVR

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