Levantamento do CDI registrou mais casos da doença este ano em relação a 2023. Cuidado varia de acordo com a forma clínica e já na primeira dose da medicação a bactéria deixa de ser transmitida
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Volta Redonda reforça que a hanseníase tem cura e a duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença, sendo que já na primeira dose da medicação a bactéria deixa de ser transmitida. Dados do Centro de Doenças Infecciosas (CDI) da SMS apontam que este ano foram registrados mais casos (11) de hanseníase em relação a 2023 (5).
A doença é transmitida por via aérea e pode ficar encubada por um longo período de anos, o que leva a uma dificuldade no diagnóstico. A hanseníase, quando apresenta sinais, em sua maioria, a pessoa já está portando a bactéria por um longo período. Uma doença existente há mais de 2 mil anos e ainda assim é complicada a eliminação.
O farmacêutico-bioquímico e coordenador de doenças infecciosas do CDI, Diogo Antônio de Oliveira, explicou que as buscas pela doença são intensificadas, servindo como forma de informação para população. O CDI realiza ainda treinamentos nas unidades básicas de Saúde da Família (UBSF), que são as maiores aliadas desses levantamentos de pessoas acometidas pela hanseníase ou com suspeita dela.
“A hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, mas é necessário um longo período de exposição à bactéria e apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. Devido às lesões neurais e incapacitantes, os pacientes sofrem pelo estigma e discriminação. Qualquer pessoa com suspeita da doença deve procurar uma unidade de saúde mais próxima da sua residência, ou mesmo o CDI, no bairro Aterrado. O tratamento é gratuito e de exclusividade do SUS”, disse o coordenador.
A doença
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível e de evolução crônica, que atinge principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais e danos irreversíveis, como síndrome dos pés caídos, mãos em garras, perda de força para segurar objetos e até mesmo na visão. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são tão importantes. O CDI conta com um dermatologista e um fisioterapeuta para tratar a doença e realizar o acompanhamento permanente dos pacientes.
Quem pode contrair?
A hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, mas é necessário um longo período de exposição à bactéria e apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. Devido às lesões neurais e incapacitantes, os pacientes sofrem pelo estigma e discriminação.
Contágio
A transmissão acontece quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença e sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, que têm maior probabilidade de adoecer.
A eliminação do bacilo pelo doente acontece pelas vias aéreas superiores, como espirro ou tosse, e não é transmitida por objetos utilizados pelo paciente. O contágio só acontece em casos de contato próximo e prolongado.
Diagnóstico
A identificação da hanseníase é feita por exame físico geral, dermatológico e neurológico, para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos com alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas.
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação da doença.
Em crianças, o diagnóstico exige uma avaliação mais criteriosa, devido à dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. Os casos infantis também indicam transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares.
Secom/PMVR