Imunização tem como objetivo a prevenção contra o câncer, principalmente do colo de útero

A Prefeitura de Volta Redonda reforça a importância da vacinação que previne contra o HPV (Papilomavírus Humano) em crianças e adolescentes de 9 a 19 anos. A imunização, disponibilizada em todas as unidades de saúde, é gratuita e tem como principal objetivo a prevenção de doenças cancerígenas como o câncer do colo do útero, por exemplo. A vacina confere proteção contra quatro subtipos do vírus mais comuns no Brasil, com 98% de eficácia, em imunização com esquema de dose única.

A vacina é o meio mais eficaz de prevenção contra o vírus. Para evitar a infecção por alguns tipos de HPV mais cancerígenos, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta a vacina para meninas e meninos de 9 às19 anos. O esquema vacinal é de uma dose. Ela estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos que combatem o vírus. O HPV pode causar lesões genitais pré-cancerosas e verrugas genitais, e pode levar ao desenvolvimento de câncer de colo do útero, pênis, ânus, vulva, vagina, boca e garganta.

A médica Juliana Monteiro, ginecologista e obstetra que é responsável técnica da Policlínica da Mulher, ressalta que o imunizante também estimula a produção de anticorpos necessários para combater o vírus.

“É um chamamento que estamos fazendo para garantir o cuidado das crianças e adolescentes, como forma de proteger dos riscos causados pelo vírus, antes mesmo do início da vida sexual, antes de um possível contato com o vírus. Os pais devem pensar na prevenção das doenças e garantir a vacinação correta das crianças e adolescentes. O foco é sempre a prevenção, uma vez que o imunizante do HPV reduz drasticamente o risco do câncer”, alerta a médica.

A vacina HPV quadrivalente incorporada em 2014 no Calendário Nacional de Vacinações do Brasil protege contra os pós virais de HPV 6, 11, 16 e 18. A prevenção primária por intermédio da vacinação contra o HPV é, portanto, essencial para a prevenção dos cânceres relacionados a esse vírus e outras doenças associadas.

Sobre o HPV

O Papilomavírus Humano (HPV) pode infectar a pele e as mucosas do trato ano-genital e ocasionar o câncer de colo de útero, o terceiro tumor mais frequente na população feminina – atrás do câncer de mama e do colorretal – e a quarta principal causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

A infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredindo espontaneamente na maioria das vezes. Nos casos em que a infecção persiste, a causa é um tipo viral oncogênico, ou seja, com potencial para causar câncer. O vírus pode ocasionar lesões precursoras que, se não forem identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para o filho no momento do parto. Na rede municipal de saúde, também são ofertados os exames preventivos, o Papanicolau ou citopatológico, que detecta as lesões precursoras do câncer.

Dados da doença

Anualmente são registrados cerca de 570 mil novos casos de câncer do colo do útero e 311 mil mortes – associado ao vírus HPV em todo o mundo. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer, sendo responsável por cerca de 17.000 novos casos e quase 7.000 óbitos por ano.

Em 2023 foi publicado um estudo multicêntrico, no qual o Brasil fez parte, que avaliou que 10.700 mortes poderiam ser evitáveis por câncer relacionados ao HPV no país.

Em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal (Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional da Infecção HPV/POP Brasil), incluindo homens e mulheres entre 16 e 25 anos de idade, identificou taxas de prevalência de 52,3% a 63,5% de qualquer tipo de HPV, e taxas de HPV de alto risco de 39,8% a 53,1%.

Foto de arquivo – Secom/PMVR.

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