Mesmo sem responsabilidade sobre a via, secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana monta esquema com cones, barreiras, redutores e viaturas
A Prefeitura de Volta Redonda vai reabrir o acesso à Rodovia do Contorno. Na manhã desta terça-feira (31), mesmo sem ter responsabilidade sobre a via, a Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana (STMU) começou a instalar cones, barreiras e redutores de velocidade no local. Serão montadas espécies de “ilhas” para controle de velocidade, em um esquema que contará também com viaturas da Guarda Municipal, da Polícia Militar e com apoio do Corpo de Bombeiros.
O objetivo é garantir a segurança de condutores e moradores dos condomínios às margens da rodovia, bem como evitar que o trânsito pesado passe a fluir pelo Centro de Volta Redonda. A previsão é que a reabertura total seja feita até a manhã desta quarta-feira (1º).
A medida será possível graças às ações emergenciais promovidas pela prefeitura nos últimos dias. Mesmo não tendo jurisdição legal sobre a via, o Poder Público Municipal fez a interdição total da Rodovia do Contorno, com acesso somente aos moradores da localidade, para definir quais ações seriam necessárias para o retorno do fluxo com segurança.
“Após esta primeira medida, foi feita uma inspeção, onde foram identificados os pontos mais críticos do pavimento, áreas da pista que estão mais escorregadias e foi feita uma sinalização provisória, de forma a atuar como uma moderação de tráfego. Ou seja, criar um obstáculo físico, afim de pôr fim à prática do excesso de velocidade”, explicou o secretário municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, Paulo Barenco.
Barenco destacou que a via será toda sinalizada, com alerta aos condutores para respeitarem à sinalização implantada e reduzirem a velocidade.
“A via ganhará sinalização horizontal e vertical de emergência. Os motoristas devem respeitá-las, em especial nos pontos mais críticos da rodovia. Vai ser feito um monitoramento contínuo, através de uma parceria com todos os órgãos de segurança do município: Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e diversos setores da prefeitura. Tudo para dar uma resposta à sociedade, embora o município não tenha jurisdição legal sobre a via”, frisou Barenco.
Máxima de 50 Km/h e cautela ao dirigir
Barenco ressaltou que a Prefeitura não pretende, diante das últimas ações, afrontar qualquer dos poderes ou órgãos envolvidos no caso.
“A recomendação é que os motoristas reduzam a velocidade em toda a extensão da via, com máxima de 50 km/h. Vamos implantar esta sinalização, comunicando ao Dnit todas essas atitudes para que ele possa intervir o mais rápido possível. Nós não queremos usurpar a responsabilidade de alguém. Mas nós temos a obrigação, como prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), de garantir a preservação da vida”, disse Barenco.
O secretário informou ainda que haverá sinalização noturna, com o uso de painéis luminosos, e monitoramento por meio de viaturas 24 horas.
“A responsabilidade é mútua; tanto do Poder Público, seja ele de qualquer esfera, quanto do condutor. Percebendo que está em um local que requer maior atenção, que ele obedeça a sinalização e reduza a velocidade ao longo de toda a rodovia”, finalizou Barenco.
Em outra frente, a Prefeitura de Volta Redonda, através da Procuradoria Geral do Município, reiterou nesta terça-feira (31), a necessidade da realização de uma audiência especial, em caráter de urgência, com a Justiça Federal. O objetivo é que a Poder Judiciário possa ajudar a definir de quem é a responsabilidade sobre as obras e intervenções necessárias para garantir a segurança da Rodovia do Contorno em definitivo. A necessidade desta audiência se dá pelo fato do Dnit e DER (Departamento de Estradas de Rodagem) não entrarem em consenso sobre quem é o responsável pela rodovia.
Laudo técnico aponta defeitos estruturais
Um laudo técnico da STMU, realizado em novembro do ano passado, apontou diversos defeitos estruturais ao longo dos nove quilômetros da Rodovia do Contorno, como afundamentos, fissuras, trincas e rachaduras, que podem provocar novos acidentes. Além das condições precárias de manutenção e sinalização, aumentando o risco no período de chuvas. Por conta de trincas no pavimento, há um bombeamento de um fino material que compõe a base do pavimento em diversos trechos. Por isso, sobre a pista é criada uma camada de lama, mesmo em dias sem chuva, provocando a perda do controle dos veículos pelos condutores e aumentando o risco de colisão frontal.
Fotos: Divulgação/PMVR