Objetivo é disponibilizar assistência de excelência, principalmente neste período de pandemia quando as pessoas ficaram mais suscetíveis a distúrbios
No Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado neste domingo, dia 10, Volta Redonda tem muito a comemorar. A rede pública de atendimento da Saúde Mental do município foi totalmente reestruturada. Psiquiatras e mais de 10 psicólogos foram contratados para compor as equipes dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps). Tudo para melhorar a assistência e acolhimento a pacientes.
De acordo com a coordenadora do setor, a médica Suely Pinto, era preciso ter uma estratégia de gestão para lidar com a Saúde Mental, pois o serviço estava desestruturado tanto na questão física, quanto na formação das equipes; que estavam desfalcadas e sem orientação.
“Já fomos referência neste setor com muitas inovações. Quando o prefeito Neto assumiu a gestão publica esse ano, a Saúde Mental estava prejudicada de todo lado, pela pandemia, mas principalmente pelo descuido”, disse Suely Pinto, ressaltando que com a pandemia as pessoas ficam mais em casa, reclusas e estão desenvolvendo muitos sofrimentos como depressão, ansiedade e síndrome do pânico.
Rede de Atendimento
O Hospital Nelson dos Santos Gonçalves, antigo Cais Aterrado, é a referência em urgência e emergência da Saúde Mental em Volta Redonda. O espaço conta uma enfermaria de organização rápida, composta por 14 leitos, dois deles destinados a adolescentes.
Com a reestruturação do serviço, os pacientes são atendidos por uma equipe composta por enfermeiro e assistente social, que faz a abordagem, o acolhimento e encaminha para o médico avaliar se é necessária a internação.
“Quando assumimos, a enfermaria de organização rápida contava com apenas dois psiquiatras, que não eram suficientes para fazer uma rede de atendimento. Começamos a colocar psiquiatra todos os dias no hospital e fomos organizando o serviço e, assim, atraindo os profissionais, mesmo com a delicada situação financeira que o município atravessa”, revelou Suely Pinto.
Para as pessoas que não estão em surto e necessitam de atendimento, a porta de entrada para o serviço são os cinco Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que ficam nos bairros Retiro, Vila Santa Cecília, Conforto, Vila Mury e Jardim Belvedere. Entre os serviços oferecidos nesses locais estão o acolhimento, avaliações, consultas, medicações, oficinas terapêuticas, matriciamentos, além dos grupos de análise de demanda, de família e terapêuticos.
O município possui ainda quatro residências terapêuticas que, a princípio, foram criadas para as pessoas que estavam há muito tempo nos antigos manicômios e perdiam o vínculo com a família. As residências terapêuticas ficam nos bairros Vila Santa Cecília, Sessenta, São Luis, Casa de Pedra, onde moram 30 pessoas. As equipes são compostas por coordenador, cuidador, auxiliar de serviços gerais, motorista, auxiliar administrativo e diarista.
“A modernidade trouxe um desgarramento das famílias, então os adolescentes que ficam nas ruas passam a não ter mais famílias. Alguns são presos e quando saem da cadeia não têm para onde ir. Aí a Justiça determina que o município precisa abrigar esses adolescentes”, disse a médica.
Espaço de Cuidado
Volta Redonda conta ainda com o Espaço de Cuidado, que fica no segundo andar do Estádio Raulino de Oliveira. A equipe é composta por médico clínico, psiquiatra, auxiliar administrativo, enfermeiro, coordenador, assistente social, terapeuta prática integrativa, recepcionista e psicólogos.
Entre as ofertas de atendimentos disponibilizadas no local estão as consultas com psiquiatra, grupos terapêuticos, práticas integrativas: reiki, cromoterapia, cristaloterapia, aromaterapia, reflexologia podal, atenção plena, auriculoterapia, exercício sistêmico, constelação familiar, floral de bach, fitoterapia, massagens estimulante e relaxante, psicoterapia holístico, meditação, entre outros; acolhimento e escuta terapêutica pelo assistente social; consulta de enfermagem; e psicoterapia individual.
Criação de equipe itinerante
O setor de Saúde Mental criou ainda uma equipe de Articulação Territorial (Ar-te), que funciona com um psicólogo, um arteterapeuta e uma assistente social, com o objetivo de facilitar o acesso dos usuários. A equipe tem como função desenvolver ações em diversos locais, articulando com os outros serviços oferecidos pelo município, para os usuários que apresentarem necessidade de utilizar. Ela atua nas ruas da cidade junto com o Serviço de Abordagem Social e com o “Consultório na Rua”.
“É preciso destacar que todo sofrimento mental, como psicoses e neuroses, a inteligência não acaba. As pessoas se equilibram e podem voltar para a vida. Precisamos trabalhar esse preconceito”, concluiu a médica.
Foto: Divulgação/PMVR