Estação sozinha trata 27% do esgoto de todo o município e opera com mais de 90% de eficiência
A ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Gil Portugal, inaugurada em abril de 2015, bateu um novo recorde em Volta Redonda no tratamento do esgoto in natura de 15 bairros do município, reduzindo o impacto no Rio Paraíba do Sul e seus afluentes. A estação atingiu, no último mês, a marca de 20 bilhões de litros de esgoto tratado que foram retirados da natureza. O resultado do tratamento é devolvido como água cristalina, livre da impureza ao Paraíba do Sul.
A chefe de Divisão de Esgoto do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Volta Redonda (Saae-VR), Kátia Ribeiro, destacou a importância da marca alcançada pela estação:
“Podemos começar dizendo que o tratamento de esgoto é de fundamental importância para a qualidade de vida de uma população, para a conservação do meio ambiente, contribuindo com a preservação de nascentes, rios, lagos e mares. A falta de tratamento de esgoto é um dos fatores que contribuem para a proliferação de doenças parasitárias e infecciosas, como a esquistossomose, leptospirose, cólera, piodermites (infecção na pele causada por bactérias) entre outras”, comparou.
Segundo ela, a disposição adequada do esgoto no país e em Volta Redonda especificamente, “é fundamental para a proteção da saúde pública, pois tem tudo a ver com a média de vida da população, sendo a diarreia a principal causa de mortes em crianças de até 5 anos, uma das consequências direta da falta de tratamento de esgoto”, enfatizou.
A ETE Gil Portugal e os benefícios para a saúde pública
A chefe de Divisão de Esgoto da autarquia comparou a situação do Brasil com a realidade do município de Volta Redonda na política de saneamento básico e condições de vida dos moradores.
“Quando falamos de Brasil, cerca de 55% da população é atendida com rede de esgotamento sanitário, e 51% tem esgoto tratado a ser devolvido ao corpo receptor. O nosso município contém nove estações de tratamento de esgoto e coletamos 98,95% de esgoto, tratando 42%”, disse.
A Gil Portugal, situada na Avenida Dr. Sérgio Braga, número 528, no bairro Vila Santa Cecília, trata cerca de 140litros/segundo, em torno de 362.880 m3/mês, atendendo a 15 bairros e uma população de 75 mil habitantes.
A especialista do Saae no tratamento do esgoto faz um relato do quadro atual e o que mudou com a ETE a partir do seu funcionamento, em abril de 2015, ano de fundação.
“O processo de tratamento da ETE é biológico em nível de terceira ordem. A eficiência da ETE é de 90% e ela trata sozinha, 27% do esgoto coletado da cidade”, disse Kátia Ribeiro.
O Saae-VR faz uma remoção anual de 150 toneladas de lixo orgânico e centrifuga-se 170 toneladas de lodo por ano. O diretor-executivo da autarquia, Paulo Cezar de Souza (PC), lembra que a técnica utilizada – com tratamento aeróbio e anaeróbio – retira cerca de 95% da carga orgânica da água, que é devolvida ao Córrego Brandão e, consequentemente, deságua no Rio Paraíba do Sul.
“É uma carga enorme de esgoto que deixou de ser despejado in natura nos córregos Brandão, Secades, Cachoeirinha e Cafuá, que fazem parte da bacia hidrográfica que corta os bairros atendidos pela ETE Gil Portugal. Isso mostra o comprometimento do poder público com a preservação do meio ambiente”, comparou Paulo Cezar.
A ETE foi inaugurada durante o quarto mandato do prefeito Antonio Francisco Neto (2013-2016), com verbas do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam) do governo estadual. O nome da estação é uma homenagem ao engenheiro Gil Portugal Filho, que durante anos foi o responsável pela área ambiental da Companhia Siderúrgica Nacional.
Foto: Cedida pelo Saae-VR