Atualmente, 40 pessoas têm utilizado serviço da prefeitura de Volta Redonda e outras 15 sendo acompanhadas para evitar condição

O projeto “Coluna Reta”, que busca auxiliar pacientes diagnosticados com escoliose idiopática, vem mudando a vida de muitos adolescentes em Volta Redonda. Além das cirurgias, o programa oferece fisioterapia a pacientes com o diagnóstico da curvatura lateral da coluna, sem indicação cirúrgica. Atualmente, 40 pessoas têm utilizado o serviço da prefeitura e outras 15 estão sendo acompanhadas por profissionais especializados para prevenir a condição. A terapia é disponibilizada também para os pacientes que passaram por cirurgia para correção da escoliose.

De acordo com o idealizador e coordenador do projeto, o ortopedista especialista em coluna, Juliano Coelho, a essência da iniciativa é a prevenção e o diagnóstico precoce da escoliose. Quanto mais cedo identificado, mais fácil é o tratamento. Ainda segundo ele, com a fisioterapia o paciente tem uma melhora estética e funcional, pois o mesmo passa a ficar mais flexível e começa a realizar com mais facilidade atividades que antes apresentava certa dificuldade. E, além disso, com a diminuição da curva é possível evitar que esse paciente precise de cirurgia e que órgãos vitais como coração e pulmão sejam comprometidos.

“Existe alguns casos onde o potencial genético da escoliose é muito grave, e mesmo fazendo a fisioterapia e o uso de colete, a criança vai encurvando e é necessário fazer a cirurgia. Mas até mesmo nesses casos mais graves, quando a gente opera mais cedo também é melhor, pois vamos operar uma deformidade bem menor”, explicou o médico.

A escoliose é um desvio lateral e rotacional da coluna vertebral que acontece no período do estirão do crescimento, de nove aos 14 anos, sendo mais comum nas meninas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a deformidade acomete em torno de 4% da população mundial.

O ortopedista ressaltou o pioneirismo do projeto em Volta Redonda. Os atendimentos são feitos às sextas-feiras na Policlínica da Cidadania, que fica no Estádio da Cidadania Raulino de Oliveira. Todas as crianças e adolescentes que já foram atendidos voltam para avaliações após um ano.

“Essas meninas já chegam em nossos consultórios com a deformidade instalada. Nosso objetivo é fazer a triagem contínua das crianças e adolescentes entre seis e 18 anos para avaliações periódicas na Policlínica da Cidadania. E é um projeto pioneiro no país justamente por ser contínuo. É uma medicina moderna e ninguém faz isso no Brasil. A escoliose idiopática tem este nome justamente por não ter um motivo aparente e provavelmente ocorre por uma herança genética. Uma criança que iniciou a fisioterapia com exercícios específicos e que ainda não tem indicação cirúrgica está assistida. Daí a importância do diagnóstico precoce e na sequência da fisioterapia especializada”, frisou Coelho.

O diagnóstico

O diagnóstico da escoliose é feito por meio de exame físico e de imagens. Durante a triagem, podem ser solicitadas radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas, por exemplo. Com os exames em mãos, é possível os médicos identificarem e medir com precisão a curvatura da coluna. A partir daí, os profissionais passam a avaliar o tipo de tratamento recomendado, até mesmo se há necessidade de uma intervenção cirúrgica.

 

Foto: Divulgação/Secom PMVR

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