Iniciativa da SMEL ocorre em aulas ministradas pelo professor Rogers Teixeira, às terças, quintas e sextas-feiras, na Arena Esportiva da Voldac

Praticar esportes é importante para o corpo e a mente. Em Volta Redonda, além de saúde, atividades gratuitas promovidas pela SMEL (Secretaria Municipal de Esporte e Lazer) garantem cidadania e inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Uma das modalidades é o taekwondo, aberta para crianças a partir de 6 anos de idade e que trabalha valores como disciplina e respeito.

As aulas são ministradas pelo professor Rogers Teixeira, às terças, quintas e sextas-feiras, na Arena Esportiva Nicolau Yabrudi (Seu Nula), no bairro Voldac. Mais de 80 alunos, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos participam da atividade.

“Venho desenvolvendo o taekwondo na SMEL desde 2009, quando ainda era estagiário. O trabalho inclusivo surgiu com dois dos nossos alunos que fazem aula até hoje conosco, o Diego e o Adriano. Eles foram os primeiros PCDs (pessoas com deficiência) que chegaram quando a atividade ainda era oferecida no ginásio da Ilha São João”, revelou Rogers.

Segundo o professor, inicialmente, o taekwondo é recomendado para a melhoria da saúde, com ganhos na coordenação motora, equilíbrio, flexibilidade e noção de espaço e tempo, mas a atividade tem muito mais benefícios.

“O taekwondo é importante para o dia a dia de qualquer aluno, inclusive os PCDs. Com o decorrer das aulas, gradativamente eles vão se graduando, podendo até mesmo se tornar atletas e paratletas. Realizamos as aulas juntas, promovendo a convivência entre alunos sem necessidades especiais com os PCDs. E essa interação é muito boa, porque eles aprendem a conviver com as diferenças. Trabalhar com os alunos PCDs é um grande aprendizado diário. Eu aprendo mais com eles do que eu posso ensinar”, garantiu o professor.

A servidora pública Sandra Neves é mãe da Giovana, de 12 anos, e do Sandro, que vai completar 17. Os dois fazem taekwondo pela SMEL e o jovem tem autismo. Desde os 9 anos, o menino pratica a modalidade e, segundo a mãe, vem evoluindo na coordenação motora, concentração e no entendimento de situações do cotidiano.

“O Sandro tinha um problema de não entender o que era passado; as pessoas falavam e ele não entendia, e agora passou a entender. Ele ficou mais concentrado e na escola também teve avanços. E a gente percebeu que cada mês que passava ele ia evoluindo. Hoje ele já é graduado com a faixa verde ponta azul e isso para nós foi motivo de muita alegria”, comemorou.

A autônoma Stéffany Pereira, de 21 anos, contou que começou a fazer aulas com o professor Rogers aos 12 anos, na época em que a atividade acontecia na Ilha São João. Praticou por três anos, se ausentou por um período, e retornou no fim do ano passado, com as aulas já na Arena Esportiva. Ela comentou os benefícios que a arte marcial trouxe à vida dela.

“O taekwondo me ajudou muito. Tenho um problema no joelho e sempre precisei realizar atividades para fortalecer a musculatura. A modalidade também me ensinou a ter disciplina. Como eu faço desde novinha, conheço muitos outros alunos aqui e vejo a mudança de hábitos deles também. Então é muito gratificante ver essa mudança positiva”, comentou.

Stéffany aproveitou também para fazer um convite para as meninas de Volta Redonda.

“Ainda existe um tabu da mulher que pratica arte marcial, mas elas podem vir tranquilas, porque aqui tem espaço para todo mundo. Pode vir, 'bota a cara' e vem transformar o seu corpo, promovendo uma mudança de hábito”, disse.

Esporte para todos

A secretária de Esporte e Lazer, Rose Vilela, destacou que a missão da SMEL sempre foi promover a inclusão, ideia que conta com o aval do prefeito Neto. Por isso, várias atividades com esta proposta têm sido promovidas em Volta Redonda, como por exemplo o projeto sociesportivo “Paraesporte”, que oferece atividades esportivas a pessoas com deficiência em núcleos – Arena Esportiva e Parque Aquático Municipal.

“Temos o projeto ‘Paraesporte’ com aulas práticas de atletismo e iniciação esportiva. O taekwondo inclusivo, graças à sensibilidade do professor Rogers, que conta com cerca de 15% dos alunos PCDs. Esta é mais uma preparação que nós temos diariamente para a Olimpede e o Festival Paralímpico, que são mais que eventos, são ações que buscam promover a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Sabemos que hoje o mundo inteiro já possui um novo olhar sobre a pessoa com deficiência, eles saíram da invisibilidade. A cidade de Tóquio mostrou isso com a Paralímpiada. E a SMEL tem uma missão: promover o esporte para todos”, afirmou.

Os interessados em participar das atividades esportivas devem comparecer à sede da SMEL, localizada na Arena Esportiva, munidos de atestado médico de aptidão física e comprovante de residência. Outras informações podem ser obtidas através do telefone: (24) 3339-2105.

 

Foto: Cris Oliveira/Secom 

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