Nesta quarta-feira (18), show de talentos marcou a data celebrada hoje; objetivo foi conscientizar sociedade sobre o tema
Para lembrar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado nesta quarta-feira (18), a rede de saúde mental de Volta Redonda está realizando uma série de atividades nesta semana. Hoje, um show de talentos com usuários e trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi realizado no térreo da Biblioteca Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília. O objetivo foi chamar a atenção sobre as necessidades de cuidados e atenção especializada para quem têm transtornos mentais ou problemas com o uso de álcool e drogas e acabar com o estigma que persiste contra essas pessoas.
A coordenadora do programa de Saúde Mental, a médica Suely Pinto, ressaltou que é preciso conscientizar a sociedade de que é possível conviver com o sofrimento mental.
“Esses pacientes não precisam ficar trancafiados e podem ser tratados como cidadãos. A ideia da rede de Saúde Mental é inserir essas pessoas novamente na sociedade e que elas possam ser tratadas de acordo com a necessidade delas daquele momento”, disse Suely.
A médica frisou que o programa de Saúde Mental de Volta Redonda passou por uma reestruturação no último ano, com a contratação de profissionais e o resgate de associações e grupos de familiares de pacientes. Agora, o objetivo é investir na reforma das estruturas físicas das unidades para melhorar a assistência e o acolhimento de pacientes.
Uma das usuárias da rede é Solange Aparecida, de 58 anos. Moradora do bairro Belmonte, ela esteve nesta quarta-feira prestigiando a apresentação dos demais colegas, mas também tratou de destacar os seus talentos. "Eu sou muito positiva. Faço acompanhamento na rede. Lá eu desenho, pinto e eu também sei cantar", disse ela.
O morador do Vila Rica/Três Poços, João Victor Pereira Portes, de 23 anos, se apresentou no evento. Ele falou sobre os benefícios de ser acompanhado pela Rede de Saúde Mental de Volta Redonda.
"Entrei desacreditado no Caps (Centro de Atenção Psicossocial), com preconceito contra todo mundo. Hoje em dia, depois de quase 10 anos de tratamento, me sinto uma pessoa renovada, transformada. Já tentei o suicídio várias vezes, mas hoje sou uma pessoa feliz com os amigos que conquistei e me sinto realizado. Cantei a música 'Na Mesma Estrada' do Zé Felipe, em homenagem ao meu pai, minha mãe que sempre cuidaram de mim. Mando um abraço para o meu irmão também", disse João Victor.
Programação de comemoração
A programação em comemoração à luta antimanicomial segue até a próxima quarta-feira (25) com uma sessão de filme, rodas de conversas e debates. As atividades ocorrerão no auditório da UGB (Universidade Geraldo Di Biasi), unidades de Saúde Mental nas salas de espera e no Hospital Nelson Gonçalves (antigo Cais Aterrado).
Foto: Cris Oliveira/Secom